segunda-feira, 21 de novembro de 2016

Escola e Adolescência


O início da adolescência, fase de mudanças tanto física, quanto psicológica  coincide com outra mudança, esta na vida escolar, a 2ª fase do Ensino Fundamental.  As transformações físicas se dão com o crescimento, mudanças no corpo, na pele, na voz, nos cabelos. Tais mudanças na maioria das vezes vêm acompanhadas de muitos “grilos”, complexos e prenúncio de rebeldia. Nesta fase,  os ídolos ou modelos que antes, restringiam a pai e mãe, agora têm outros perfis,  na busca pela própria identidade, os adolescentes trazem consigo conflitos que começam a ser externados nas atitudes e comportamentos.

Na escola a 2ª etapa do Ensino Fundamental  traz mudanças significativas em suas matrizes curriculares que consequentemente são sentidas pelos estudantes/adolescentes.  As habilidades e áreas do conhecimento são elencadas por disciplinas, com horários rígidos e com diferentes professores. Se antes os horários eram mais flexíveis e possibilitavam um tempo maior para assimilar conteúdos, na nova etapa eles precisam ser ágeis e ter autossuficiência para estudar. Se na 1ª etapa o vínculo afetivo com a(o) professora(o) é mais forte, do 6º ao 9º ano, os estudantes são impelidos a assumir uma postura, que por vezes, não estão preparados, não têm maturidade. 

O início da adolescência e a 2ª fase do Ensino Fundamental não são, no entanto, os únicos elementos  responsáveis pelas dificuldades relacionadas a esta fase de ensino e da vida. Outro grande desafio para pais e escola é um fenômeno hoje comum: a síndrome do reizinho mandão, ou da princesinha! Apesar de chegarem cada vez mais imaturos nesta fase escolar e da vida, os adolescentes agem como se fossem senhores da razão. Ao mesmo tempo em que sofrem com as transformações físico e psíquico, com a perda do referencial afetivo, agem como se não pudessem ser contrariados; não toleram frustrações e chegam a ser agressivos ou demonstram indiferença em suas atitudes diante das situações próprias desta fase. 

O que fazer diante desta realidade? O caminho é o diálogo, que deve vir junto com alguns combinados fundamentais para que adolescentes, pais/mães e escola possam enfrentar tais desafios. Na família é importante delimitar o papel de pai, de mãe, de filho (a) na relação. São papeis diferentes e cada um deve saber o que lhe cabe. Pais precisam dar limites aos filhos e demonstrar afeto, ser presentes em suas vidas, dar condições e exigir resultados. Preparar cidadão de direitos e deveres. Esta história de ser amigo (a), fazendo trocas ou comercializando “favores” com o (a) filho (a) adolescente não funciona. Como pai e mãe são provedores, são os adultos, cabe a eles saber diferenciar o que é certo, o que é errado, o que pode e não pode,  muitas vezes decidir e definir o que deve ser feito. Do contrário podem tornar reféns das vontades e dos interesses pontuais dos filhos, que ainda não têm conhecimento, maturidade, e experiência e para fazerem o que é necessário e não o que pensam ser bom. Na escola da mesma forma é importante que o (a) professor (a) saiba qual é o seu papel, percebendo o estudante como uma pessoa em desenvolvimento, e que não estão na mesma posição. Devem ter consciência de que estão ali para fazer a diferença, ser a ponte, ser facilitadores(as) no processo ensino-aprendizagem. 
Por último precisamos ter a sensibilidade de observar, escutar para depois tomar alguma atitude e esta deve vir carregada de compromisso, cidadania e amor. Amor nas atitudes, nas palavras, no mister de educar. E mais um item que não pode faltar neste processo: o respeito mútuo. Este deve nortear todas as relações seja: Pais-Filhos; Estudantes – Escola; Escola- Estudantes. Com colaboração de Divina da Cunha Teixeira e Silva - Psicóloga
Geralda da Cunha Teixeira Ferraz – Educadora e Comunicadora Social - Especialista em Assessoria de Comunicação e Gestão Escolar



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