domingo, 27 de novembro de 2016

Fidel, Cuba e os outros

Desde ontem(26) as redes sociais não param de repercutir a morte de Fidel Castro. De tudo já ouvi e li sobre a inegável figura do líder cubano, nestes últimos dois dias. Fiquei a refletir sobre as postagens de pessoas que tentam desqualificar o legado deixado por ele, se apegando ao fato de estar à frente da Ilha há mais de 47 anos, significando a falta de alternância no poder e consequentemente de liberdade.

A revolução que Fidel e seus companheiros promoveram em Cuba  mudou a vida e os rumos do país. De um país medíocre, para um país respeitado, onde o povo, passou a ter acesso a educação, saúde, trabalho, aos direitos fundamentais do Ser Humano. Os números e índices de desenvolvimento humano, sejam na área da Educação, da Saúde, da Segurança Pública, no que diz respeito a taxa de mortalidade infantil, expectativa de vida, desnutrição infantil, taxa de desemprego, taxa de alfabetização, índices reduzidos de violência, sejam nos avanços em tratamento de doenças como câncer, são conhecidos pelo  mundo,  através de dados da ONU, OMS, Banco Mundial, entre outros instituições internacionais.

Este é o ponto: diferente do que muitos querem deixar prevalecer, quando chamam Fidel de ditador, não se baseiam na postura e na prática deste grande líder, que não esteve no poder a custa da miséria humana, ao contrário, buscou dar  dignidade a seu povo. Em que pese a Ilha ter limitações de ordens naturais e também pelo embargo promovido pelos Estados Unidos, Fidel foi um estadista que soube como nenhum outro líder político contemporâneo, dar significado a palavra Soberania. Cultivou uma outra característica fundamental  dentre os grandes, a solidariedade. Colocava seu país a serviço de países em momentos de dificuldades como guerras, epidemias, catástrofes etc. Goiânia se beneficiou da medicina cubana, quando do período do acidente nuclear com o Césio 137. O desconhecimento permeava o tratamento às vítimas, e Cuba, colocou à disposição a sua experiência no tratamento com as crianças vítimas do acidente nuclear da Ucrania, para atender os goianienses. Exatamente cinquenta pessoas entre crianças e adultos foram acolhidas no país, na cidade de Marina  Tarará, para receberem um tratamento adequado. 

É claro que as liberdades individuais fazem parte dos direitos fundamentais do ser humano! A geopolítica explica o rigor do regime cubano em relação aos dissidentes e aos vizinhos estadunidenses. Não foram poucas as tentativas da CIA de assassinar o líder Fidel, historiadores relatam tais fatos. Para nós a liberdade é um direito inegociável. Resta nos saber quem é mais cerceado dela: - se o povo cubano com todas as conquistas e limitações do regime socialista de Fidel, ou se o povo de países  que têm como grande ditador o mercado de consumo?

Geralda Ferraz - Radialista, Educadora, Especialista em Comunicação e Gestão Escolar


Nenhum comentário: