sábado, 5 de março de 2011

Direito do Voto Feminino completa 79 anos

Direito de Voto Feminino completo 79 anos no Brasil




Setenta e nove anos se passaram desde que as mulheres conquistaram o direito ao voto. A lei instituída no Código Provisório Eleitoral de 1932, veio com restrições: apenas as mulheres casadas, com autorização de seus maridos, as viúvas e as solteiras com renda própria podiam votar. Em 1934 as restrições foram retiradas do Código Eleitoral, mas o voto continuava sendo obrigatório apenas para os homens. Somente em 1946 a obrigatoriedade do voto foi estendida às mulheres.



A comemoração desta data, nos dias de hoje, ganhou um significado único. A primeira mulher eleita ao cargo de Presidenta do Brasil, Dilma Rousseff, precisou quebrar vários paradigmas e preconceitos. O primeiro deles, o simples fato de ser mulher e ter sua vida pública e privada desqualificada numa campanha eleitoral de baixo nível; durante a campanha foram muitas as difamações, sobre diversos assuntos. Perderíamos um bom tempo falando sobre cada um deles. Certamente o último preconceito quebrado pela presidenta Dilma, foi o que dizia que mulher não vota em mulher. Na última eleição, as mulheres provaram o contrário. A eleição de Dilma foi a prova que as mulheres não só votaram em uma mulher, como decidiram a eleição presidencial.



O fato é que, a eleição da presidenta Dilma Rousseff representou um grande avanço na luta das mulheres pelo direito de participar ativamente da vida e das decisões políticas do país, porém, a representação de mulheres nas instâncias de poder ainda é muito desigual. Estamos longe de um equilíbrio nas esferas políticas, quando o assunto é a participação da mulher na política brasileira. Junto com a conquista do voto feminino, podemos ressaltar que a lei de cotas, garantindo a participação mínima de 30% de mulheres nas listas de candidatos dos partidos políticos foram dois mecanismos que deram consistência e visibilidade a luta quase centenária das mulheres, mas não resultou em uma maior participação. Basta analisar o número de parlamentares mulheres no âmbito municipal, estadual e federal. O mesmo se repete nas esferas do Poder Executivo.



Análises deterministas e conservadoras apontam para a falta de vocação das mulheres nas questões políticas, mas desconhecem as armadilhas que impedem às militantes políticas de terem uma participação efetiva, sem contudo, terem de abrir mão de suas vidas pessoais e profissionais. Enquanto os homens são motivados e recebem apoio para lançarem-se à vida pública, a grande maioria das mulheres que são lideranças comunitárias e sindicais, travam uma luta diária para se manterem na militância. Chegam a cometer pecado mortal, aquelas que persistem e conquistam mais espaços. São exigidas e culpabilizadas por estarem ausentes na educação de seus filhos, por terem que se ausentar dos encontros familiares e até mesmo do seu trabalho, quando a militância política exige a sua presença.

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Há 79 anos, em uma sociedade extremamente conservadora e machista, algumas mulheres ousaram lutar pelo direito ao voto e saíram vitoriosas. É preciso que façamos memória e reiteremos nossas convicções em uma sociedade de cidadãs e cidadãos, com direitos e deveres iguais. É fundamental voltar nossos olhares para trás, para compreendermos a nossa história através das histórias de mulheres como, Julia Barbosa, Bertha Lutz, Leolinda Daltro, Celina Vianna, Nathércia da Cunha Silveira, Antonietta de Barros, Almerinda Gama, Jerônima Mesquita, Maria Luisa Bittencourt, Alzira Teixeira Soriano, Carlota Pereira de Queiroz, Josefina Álvares de Azevedo, Carmen Portinho, Elvira Komel, Amélia Bevilacqua e Isabel de Sousa Matos. Nossa saudação a todas elas!