quarta-feira, 13 de fevereiro de 2013

Um verdadeiro exemplo de vida


Aqui sete dos nove filhos de Ubaldina e Marcolino

    Família de mineiros. Pensa! A tradição é que as  mulheres fossem boas parideiras. Vó Mariquinha, doze filhos. Tia Joana, doze filhos. Tia Dita, dezessete! Sim, até virou lenda. Só paria filhas mulheres. Fez inúmeras tentativas. Na décima primeira gravidez veio o desejado filho homem, apelidado, Zé das dez.
  Mal sabia a menina frágil, órfã de mãe, que ela também, continuaria a história daquelas mulheres. Aos  14 anos, vivendo entre uma casa e outra, acudindo  os irmãos, eis que a vida lhe acena, hora de se tornar mulher.
    A pedido da mãe, Marcolino saiu cedo da  Fazenda Samambaia, viajando léguas, em seu cavalo. O destino era a Campininha. Ia em busca de notícias da  tia Nita, recém-parida.  Ao avistar o jovem, a menina órfã, comprometida com o convento, ficou encantada e não teve dúvidas. Sem se dar conta do conservadorismo da época e nem do compromisso anterior, escreveu um bilhetinho ao mancebo propondo namoro sério.
     A história de amor entre os dois,  forjou a mulher forte no corpo da menina frágil. Superando a ignorância e a pobreza, perseverou, foi sábia e de uma perspicácia rara. Com o marido abdicou da vida na roça, desafiou  o destino para educar as sete meninas e  os dois meninos. A menina órfã se tornou dona Ubaldina. Mãe, dona-de-casa, costureira, benzedeira, bordadeira, comerciante, e, sobretudo educadora, se formando doutora na escola da vida. Ela sim, um verdadeiro exemplo de vida!
Geralda Ferraz

Na prevenção às drogas, o AMOR é fundamental!

No grupo de auto-ajuda Amor-Exigente, o mês de dezembro é reservado a estudar o último princípio, o AMOR. O amor é sem dúvida o princípio mais profundo e mais difícil de ser colocado em prática. Diz a proposta que “Amar os filhos não é fazer tudo por eles, dar-lhes tudo o que é possível. Amá-los é essencialmente exigir que eles façam o melhor que podem para si próprios e para os outros, pois só assim eles se sentirão plenos, realizados, felizes” .

E porque é tão difícil praticarmos o Amor? Por que somos levados a praticar o amor fácil? Será o estilo de vida, onde a falta de tempo é que rege as relações humanas? Onde o afeto, o diálogo, a presença são substituídos por coisas, objetos e ausências? Por que é mais fácil obter de nossos filhos o silêncio, ou evitar a cobrança, deixando de fazer aquilo que está ao nosso alcance, para não ter que dividir as atenções? Será que é para não ter que chatearmos estabelecendo limites quando necessário!? ; dizendo “não”, observando se o que de fato estão fazendo é bom ou mal para ele e para os outros?


Numa sociedade como a nossa baseada no consumo, vários são os fatores externos disponíveis em todos os lugares que interferem no nosso dia-a-dia, na educação dos nossos filhos. A mídia dá a falsa ilusão de que a vida reside no prazer e nas relações descartáveis, assim como um tênis que saiu de moda ou um aparelho de telefone de celular que já não é ‘top de linha’ . Ao optarmos pelo AMOR fácil corremos o risco de colaborar para que nossos filhos sejam seduzidos por essa ilusão de prazer fácil, sem ter a dimensão das conseqüências que possam vir dessas opções, e é aí que mora o perigo! A busca do prazer fácil não conhece limites. É uma porta com passagem ‘confortável’ para a iniciação no mundo das drogas.

Daí a importância de estarmos sempre bem informados sobre os nossos filhos e sobre o mundo deles. Compartilharmos dos desafios, dos sucessos e de suas angústias. Termos a sensibilidade de apoiar ou punir quando se fizer necessário. Estabelecer padrões e normas de condutas justas, que seguramente irão norteá-los não só nos momentos de crise, mas em toda a sua vida. É bom lembrarmos: nós, mães e pais, somos o referencial primeiro, suas raízes culturais, somos o NORTE!

Se queremos ver nossos filhos longe do mundo dos vícios e das drogas, devemos ter claro que AMOR é mais que um sentimento de bondade. AMOR é desprendimento, é compreender e respeitar o outro. Sem egoísmo, sem comodismo. Quem AMA exige, orienta, educa!


Geralda Ferraz – voluntária do grupo de Auto-ajuda – AMOR - EXIGENTE

Publicado no jornal "O Popular" - 02/12/2009